Neste artigo, exploraremos não apenas a lenda das Amazonas, mas também mulheres reais que comandaram exércitos ou desempenharam papéis cruciais em conflitos medievais e modernos. A história da humanidade está repleta de exemplos de mulheres guerreiras que viveram nas mais diversas eras…
Mulheres Guerreiras
As Amazonas na Mitologia Grega
Segundo a lenda, as Amazonas eram guerreiras independentes que habitavam a região da Ásia Menor, perto do rio Termodonte. Elas eram conhecidas como combatentes excepcionais, especialistas em arcos e flechas e cavalaria. Viviam, separadas dos homens, e governavam sua própria sociedade com mão firme. A figura mais famosa entre elas é a rainha Hipólita. A lenda das Amazonas inspirou muitas obras ao longo dos séculos e continua a ser um símbolo de força feminina e independência.
Lideradas pela rainha, Hipólita ou Pentesileia, dependendo da versão da história. As Amazonas eram frequentemente retratadas como descendentes de Ares, o deus da guerra, e Harmonia, uma ninfa, ou de Otrera, uma rainha lendária. Diferentes versões da lenda sugerem métodos variados para aumentar sua população, como visitar tribos vizinhas de homens apenas para procriação ou capturar e criar filhos de homens derrotados em batalha. Há várias histórias mitológicas envolvendo as Amazonas, incluindo sua participação nas histórias de Hércules e na Guerra de Troia.
Enquanto as Amazonas podem ter sido figuras mitológicas, como veremos mais adiante, a história nos oferece exemplos reais de mulheres guerreiras que comandaram exércitos, participaram de batalhas e desafiaram estereótipos de gênero demonstrando habilidades notáveis no campo de batalha. Elas também são independentes e corajosas, dispostas a lutar pelo que acreditavam.
Além disso, as histórias das guerreiras medievais inspiraram gerações futuras de mulheres a romperem as barreiras que as limitavam e a perseguirem seus próprios sonhos e objetivos, enfrentado obstáculos com coragem, usando as armas que tinha em mãos.
É fundamental reconhecer que a história real nos fornece exemplos igualmente poderosos de mulheres guerreiras que tiveram um impacto duradouro em seus respectivos períodos. Estas histórias nos mostra que a força e a determinação não têm gênero, e que as mulheres sempre tiveram um papel fundamental na história da humanidade, seja nas páginas da mitologia ou nos campos de batalha. Suas histórias são um tributo à resiliência e à coragem feminina ao longo dos tempos, e seu legado perdura até os dias de hoje, vale a pena serem lembradas.
Alguns exemplos de mulheres guerreiras em destaque na história antiga
OBS: A idade que elas lutaram na guerra é uma média, sua idade exata depende do momento da guerra.
Boudica dos *Icenos (*Atual Reino Unido)
Boudica participou da guerra por volta dos seus 30 anos de idade. Foi uma rainha celta da Britânia no século I d.C. Liderou pessoalmente revoltas contra as ocupações romanas. Ela nasceu por volta de 25 d.C. e morreu em 60 ou 61 d.C. Boudica era a rainha dos Iceni, uma tribo que vivia na região que hoje é Norfolk. Seu marido, Prasutagus, era rei dos Iceni sob a suzerania romana. Quando Prasutagus morreu em 60 d.C, sem um herdeiro masculino, ele deixou sua riqueza privada para suas duas filhas e para o imperador romano Nero.
No entanto, os romanos anexaram seu reino, humilharam sua família e saquearam os principais membros da tribo. Em resposta, Boudica liderou uma revolta em toda a East Anglia. Os rebeldes queimaram Camulodunum (Colchester), Verulamium (St. Albans), o mercado de Londinium (Londres) e vários postos militares. Os rebeldes de Boudica massacraram 70.000 romanos e britânicos pró-romanos e despedaçaram a 9ª Legião Romana! com Boudica participando pessoalmente das batalhas em campo. Após sua derrota, a versão mais aceita, porém não confirmada, é que Boudica tomou veneno para não ser capturada viva pelos Romanos.
Zenóbia de *Palmira (*Atual Síria)
Zenóbia participou da guerra por volta dos seus 30 anos de idade. Nasceu em Palmira, Síria, por volta de 240 d.C. Ela foi rainha do Império de Palmira, desafiando a autoridade de Roma durante a parte final do período da história romana, conhecido como a Crise do Terceiro Século. Zenóbia era a esposa de Odaenathus, o governante de Roma em Palmira, que até 267 d.C recuperou o Oriente Romano dos conquistadores persas. Após o assassinato de Odaenathus, Zenóbia tornou-se regente de seu filho Vaballathus e deteve o poder durante seu reinado.
Em 270 d.C., Zenóbia lançou uma invasão que trouxe a maior parte do Oriente Romano sob seu domínio e culminou com a anexação do Egito. Ela conduziu acordos comerciais e adicionou territórios ao seu império sem consultar Roma ou mesmo considerar os interesses de Roma. No entanto, em reação à campanha do imperador romano Aureliano em 272 d.C., Zenóbia declarou seu filho imperador e assumiu o título de imperatriz, declarando assim a secessão de Palmira de Roma. Em 272 d.C., o imperador Aureliano lançou uma guerra contra Zenóbia. Ele conquistou o Egito e a Anatólia. Zenóbia e seu exército lutaram contra ele em Antioquia, mas foram derrotados na Batalha de Immae. Ela e seu exército recuaram para Emesa, onde foram novamente derrotados pelos romanos.
Os romanos foram vitoriosos após pesados combates, a imperatriz foi sitiada em sua capital e capturada por Aureliano, que a exilou para Roma, onde passou o resto de sua vida. Zenóbia era uma monarca culta e promoveu um ambiente intelectual em sua corte, que estava aberta a estudiosos e filósofos proeminentes da época. Ela era tolerante com seus súditos e protegia as minorias religiosas, governando de forma estável um império multicultural e multiétnico.
Lagertha (Atual Noruega)
Lagertha participou da guerra por volta dos 20 anos de idade. Ela é uma figura lendária da era Viking, descrita como uma escudeira e governante do que é hoje a Noruega. Sendo a primeira esposa de Ragnar Lothbrok, um lendário rei Viking. Sua história foi registrada pelo cronista Saxo Grammaticus no século XII.
A veracidade das obras de Saxo tem sido contestada, e mais ainda no caso de Lagertha. De acordo com alguns historiadores modernos, Lagertha também não era real, e ela é um reflexo de contos sobre mulheres guerreiras vikings ou até mesmo a deusa nórdica Thorgerd. No entanto, mesmo que partes da história de Lagertha sejam exageradas, parece seguro supor que ela é ao menos baseada em uma pessoa real.
Segundo Saxo, Lagertha era uma “Skjaldmö”, ou donzela escudeira. A carreira de Lagertha no campo de batalha teria começado ainda na juventude, ao lado dos Vikings. Quando o Rei Frø da Suécia invadiu seu reino, matou o rei Siward e humilhou as mulheres de sua casa colocando-as em um bordel. Ragnar Lothbrok liderou a resistência contra o Rei Frø e durante esse esforço, libertou Lagertha e as demais mulheres cativas. Em vez de fugir e se esconder, elas se juntaram à luta. A história conta que Lagertha liderou o ataque contra o exército sueco e impressionou tanto Ragnar, que ele atribuiu a ela a vitória.
Artemísia I de *Cária (*Atual Turquia)
Artemísia I de Cária (480 a.C.) participou da guerra por volta dos 30 anos de idade. Foi uma figura notável na história, conhecida por sua bravura e inteligência, especialmente durante as guerras Greco-Persas, lutando a favor dos Persas. Como rainha da Cária (atual Turquia), ela assumiu o trono após a morte de seu marido.
Sua participação nas guerras foi marcada por sua presença pessoal nos campos de batalha, demonstrando grande coragem e liderança. Na batalha naval de Artemísio, ela se destacou como comandante e estrategista, utilizando táticas astutas como alternar entre bandeiras gregas e persas para confundir o inimigo.
Artemísia também foi reconhecida por seu conselho ao rei Xerxes antes da Batalha de Salamina, onde sugeriu que ele evitasse uma batalha naval, prevendo riscos para as tropas persas. Apesar de sua perspicácia, Xerxes optou por seguir a maioria, o que resultou em uma derrota significativa para os persas. A famosa frase atribuída a Xerxes durante essa época, “Meus homens viraram mulheres e minhas mulheres viraram homens”, evidencia a coragem excepcional demonstrada por Artemísia e suas tropas.
Após a batalha, Artemísia continuou a desempenhar um papel ativo, escoltando os filhos ilegítimos de Xerxes para a segurança. Sua influência e sabedoria foram respeitadas, mesmo quando suas opiniões divergiam das dos outros líderes persas.
Aethelflaed de *Mercia (*Atual Inglaterra)
Aethelflaed participou da guerra por volta dos 40 anos. Também conhecida como a Senhora dos Mercianos, nasceu por volta de 870, durante o auge das invasões vikings na Inglaterra. Ela era a filha mais velha de Alfredo, o grande, rei do reino anglo-saxão de Wessex, e sua esposa Ealhswith. Aethelflaed desempenhou um papel crucial na defesa de seu povo contra as invasões vikings na Inglaterra no século X.
Após a morte de seu marido, Aethelred, em 911, Aethelflaed tornou-se a governante efetiva de Mercia. Durante seu reinado, ela construiu uma série de fortalezas em Mercia e, em 917, lançou um ataque massivo contra os dinamarqueses, capturando rapidamente Derby. Segundo algumas fontes, é possível que Aethelflaed também tenha liderado um exército de escoceses e ingleses do norte contra as forças lideradas pelo líder viking nórdico Ragnall na Batalha de Corbridge, em Northumbria1. Em 918, ela ocupou Leicester, mas morreu antes que a campanha fosse concluída.
Aethelflaed morreu em 918. Embora a causa exata de sua morte não seja conhecida, algumas fontes sugerem que ela pode ter morrido de câncer de mama. No entanto, é amplamente aceito pelos historiadores que Aethelflaed não morreu em batalha, apesar de participar das mesmas, e que sua morte foi repentina. Ela morreu no Castelo de Tamworth em Staffordshire, o castelo que ela havia fundado para defender a cidade do mercado contra a invasão dos vikings.
Joana d’Arc (França)
Joana d’Arc participou da guerra por volta dos 17 anos. Joana d’Arc, também conhecida como a Donzela de Orleans, é uma heroína nacional da França. Ela nasceu por volta de 1412 em Domrémy, Bar, França, e morreu em 30 de maio de 1431 em Rouen. Acreditando que estava agindo sob a orientação divina de São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida de Antioquia, ela liderou o exército francês em uma vitória crucial em Orléans que repeliu uma tentativa inglesa de conquistar a França durante a Guerra dos Cem Anos.
Capturada pelas forças borgonhesas durante o cerco de Compiègne em 1430, ela foi posteriormente vendida aos seus aliados ingleses. O rei Carlos VII, a quem ela havia ajudado a coroar, não tentou resgatá-la, abandonando-a a própria sorte. Ela foi julgada por um tribunal eclesiástico pró-inglês em Rouen, Normandia, em 1431.
Após um julgamento rigoroso de cinco meses, Joana foi executada em 30 de maio de 1431 como herege, cismática, idólatra e apóstata. Ela se tornou a maior heroína nacional de seus compatriotas, e sua conquista foi um fator decisivo no posterior despertar da consciência nacional francesa. Posteriormente, foi canonizada pela Igreja Católica como santa, evidenciando a hipocrisia de uma igreja que assassina de forma brutal e tempos depois, canoniza.
Mulheres Viking
As mulheres Vikings desempenharam papéis vitais na sociedade escandinava durante a era Viking, de 750 a 1100 d.C. Elas eram conhecidas por sua força, coragem e versatilidade, assumindo uma variedade de papéis, desde donas de casa e mães, até guerreiras e líderes.
Embora a imagem popular das mulheres Viking seja frequentemente a de guerreiras ferozes, conhecidas como ‘donzelas de escudo’, a realidade é mais complexa. Na verdade, a maioria das mulheres Viking desempenhava papéis tradicionais, cuidando da casa e da família. No entanto, algumas mulheres Viking principalmente as mais fortes, também participaram de batalhas, como evidenciado por achados arqueológicos e textos históricos.
As mulheres Viking eram conhecidas por sua resiliência e adaptabilidade. Elas eram responsáveis pelos afazeres domésticos, como cuidar das crianças, cozinhar, limpar a casa, lavar roupa, dedicar-se à tecelagem, ordenhar vacas, fazer queijo e manteiga. Além disso, elas preparavam remédios e tratavam de doentes e feridos. No entanto de fato em tempos de guerra, algumas mulheres Viking se juntavam aos homens no campo de batalha, lutando bravamente para defender suas casas e famílias.
Tomoe Gozen (Japão)
Tomoe Gozen foi uma notável Onna-Musha (guerreira samurai), participou da guerra por volta dos seus 23 anos. O nome “Tomoe” se refere ao padrão em suas ombreiras e “Gozen” era um título antigo japonês dado a mulheres de honra. Ela é amplamente reconhecida por suas habilidades formidáveis em combate, cavalaria, arqueria e manejo de espada. Além disso, sua beleza incomum é um aspecto mencionado em sua história.
Nascida por volta de 1157, Tomoe viveu durante o final do período Heian da história japonesa. Ela serviu ao senhor samurai Minamoto no Yoshinaka e desempenhou um papel crucial no conflito que levou ao primeiro shogunato. Durante as Guerras Genpei, um confronto de cinco anos entre os clãs Taira e Minamoto, Tomoe comandou, sob a liderança de Yoshinaka, 300 samurais contra 2.000 guerreiros do clã rival Taira.
Após a derrota dos Taira em 1182 e sua expulsão para as províncias ocidentais, Yoshinaka tomou Kyoto e aspirou a ser o líder do clã Minamoto. Mas seu primo Yoritomo foi instigado a atacar Yoshinaka e enviou seus irmãos Yoshitsune e Noriyori para matá-lo. Yoshinaka lutou contra as forças de Yoritomo na Batalha de Awazu em fevereiro de 1184, onde Tomoe Gozen decapitou um importante e terrível adversário chamado Honda no Morishige de Musashi, líder do clã Musashi, apresentando sua cabeça decepada ao seu mestre Yoshinaka.
Embora as tropas de Yoshinaka lutassem bravamente, elas eram superadas em número e dominadas. Quando Yoshinaka foi derrotado, com apenas alguns de seus soldados ainda de pé, ele disse a Tomoe Gozen para fugir porque queria morrer com seu irmão adotivo Imai no Shiro Kanehira e disse que se sentiria envergonhado se morresse com uma mulher. Existem relatos variados do que aconteceu a seguir…
A história de Tomoe Gozen é mencionada no Tale of the Heike, também conhecida por ter matado Uchida Ieyoshi e por ter escapado da captura por Hatakeyama Shigetada. Em Tale of the Heike ela também é descrita como especialmente bonita, pele branca, cabelos longos e traços encantadores. Sua história influenciou várias gerações de samurais e é frequentemente celebrada em livros, músicas, poemas, filmes, romances e cultura em geral.
Guerreiras Dahomey (Atual Benin Africa)
As guerreiras Dahomey, também conhecidas como Amazonas de Daomé ou Mino (que significa ‘Nossas Mães’ na língua Fon). A história delas é muito parecidas com as lendas das amazonas gregas em diversos aspectos, pois era uma força militar de elite constituída unicamente por mulheres, que protegiam o Reino Africano Daomé, região onde hoje fica o Benin, no século XIX, sendo a única força militar feminina na história moderna.
As Guerreiras Dahomey eram recrutadas entre as mulheres livres de Daomé e algumas eram recrutadas desde os oito anos de idade. Elas eram treinadas desde cedo em um rigoroso treinamento militar, tornando-se grandes guerreiras, fortes, velozes, que escalavam paredões, empunhavam espadas, machadinhas e punhais com vigor e, armadas com espingardas, conhecidas pela boa mira.
As Guerreiras Dahomey lutavam com bravura e ferocidade no campo de batalha e na defesa de suas casas e famílias. Com a ajuda delas, o Reino do Daomé conquistou nações, expandindo seu território até a segunda metade do século XIX. No auge de seu poder, cerca de 8 mil guerreiras faziam parte do exército feminino.
Irmãs Trưng Trắc e Trưng Nhị (Vietnã)
As irmãs Trưng Trắc e Trưng Nhị, também conhecidas como as irmãs Trưng, são figuras históricas notáveis do Vietnã. Elas lideraram uma revolta contra a dominação chinesa no Vietnã em 40 d.C., quando tinham cerca de 26 anos. Governaram por três anos após a rebelião, estabelecendo-se como heroínas nacionais do Vietnã. Trưng Trắc tem a distinção de ser a primeira mulher a se tornar monarca vietnamita, bem como a primeira rainha reinante na história do Vietnã.
Nascidas em Giao Chỉ, um comando do Império Han chinês no norte do Vietnã moderno, as datas exatas de seus nascimentos são desconhecidas, mas sabe-se que Trưng Trắc era a irmã mais velha. As irmãs Trưng foram altamente educadas sob a orientação de seu pai, destacando-se tanto na arte militar quanto na literatura. Elas estavam na linha de frente herdando as terras e títulos de seu pai.
Um aspecto fascinante da história das irmãs Trưng é que elas são frequentemente retratadas montando elefantes na batalha, um testemunho de sua coragem e habilidade estratégica. Infelizmente, ambas morreram por volta de 43 d.C. após uma batalha contra as forças expedicionárias punitivas chinesas, lideradas pelo general Ma Yuan do Han Oriental.
Alguns exemplos de mulheres guerreiras em destaque na história moderna
Durante momentos críticos da história, mesmo nas guerras modernas há inúmeros relatos de mulheres de diversas partes do mundo que emergiram como figuras notáveis, desafiando preconceitos de gênero e adversidades, contribuindo para a defesa de suas nações e comunidades. Seus atos de coragem e determinação inspiram gerações e destacam o papel vital das mulheres em períodos de guerra.
Não importando o seu lado na guerra vou citar apenas algumas, esta lista poderia se estende em muitas páginas se fosse citar a maioria…
OBS: A idade que elas lutaram na guerra, é uma média, sua idade exata depende do momento da guerra.
- 1. Vera Atkins (Reino Unido) – Participou da guerra por volta dos 33 anos – Espiã britânica e oficial do Serviço Secreto durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou na Seção França do Executivo de Operações Especiais (SOE) de 1941 a 1945. Ela organizou operações de sabotagem e recrutou agentes para a resistência contra a ocupação nazista. Sobreviveu à guerra e morreu em 2000, aos 92 anos de idade.
- 2. Noor Inayat Khan (Reino Unido) – Participou da guerra por volta dos 30 anos – Agente secreta britânica do SOE, operou na França ocupada pelos nazistas, transmitindo informações vitais para os Aliados. Ela foi a primeira mulher a ser enviada do Reino Unido para a França ocupada para auxiliar a Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial. Khan foi traída, capturada e executada no campo de concentração de Dachau em 13 de setembro de 1944.
- 3. Roza Shanina (União Soviética) – Participou da guerra por volta dos 20 anos – Atiradora de elite soviética, registrou 59 mortes confirmadas de soldados inimigos durante a Segunda Guerra Mundial. Ela se voluntariou para o serviço militar após a morte de seu irmão em 1941 e escolheu ser uma atiradora na linha de frente. Shanina foi morta em ação durante a Ofensiva da Prússia Oriental enquanto protegia o comandante gravemente ferido de uma unidade de artilharia.
- 4. Nina Petrova (União Soviética) – Participou da guerra por volta dos 48 anos – Atiradora de elite soviética, ela é creditada com 122 mortes, tornando-a uma das atiradoras de maior sucesso da guerra. Ela treinou 512 outros atiradores durante a guerra. Morreu em ação em 1 de maio de 1945, apenas alguns dias antes do fim da guerra, quando um ataque de morteiro a empurrou de um penhasco.
- 5. Night Witches (União Soviética) – A idade das mulheres que se alistaram variava de 17 a 26 anos. Esquadrão de aviação formado inteiramente por mulheres soviéticas, pilotos de bombardeiros leves, que realizaram mais de 24.000 missões noturnas de bombardeio contra as forças alemãs durante a Segunda Guerra Mundial. Muitas destas mulheres sobreviveram até o final da guerra, embora tenham enfrentado perdas significativas ao longo da guerra. Após a guerra, algumas delas continuaram suas carreiras na aviação, enquanto outras seguiram outros caminhos.
- 6. Simone Segouin – Nicole Minet – (França) – Participou da guerra por volta dos 30 anos – Simone agiu na Resistência Francesa durante a ocupação nazista, ela realizou várias atividades de sabotagem e participou de ataques contra as tropas alemãs. Ela participou de missões de grande escala ou perigosas, como capturar tropas alemãs, descarrilar trens e realizar atos de sabotagem. Segouin sobreviveu à guerra e, após o conflito, continuou sua vida na França, tornando-se enfermeira pediátrica em Chartres, onde suas façanhas de guerra a tornaram muito popular. Ela se casou com Roland Boursier, com quem teve seis filhos.
- 7. Irena Sendler (Polônia) – Participou da guerra por volta dos 30 anos – Assistente social polonesa que arriscou sua vida para salvar mais de 2.500 crianças judias do holocausto, organizando redes de resgate e escondendo-as de perseguições nazistas. Ela trabalhou na Seção de Crianças do Żegota, o Conselho Polonês de Ajuda aos Judeus, de 1943 até o final da guerra. Ela foi presa pela Gestapo em 1943, mas conseguiu esconder a lista de nomes e locais das crianças judias resgatadas. Após a guerra, Irena Sendler continuou seu trabalho humanitário e sua luta pelos direitos humanos. Ela morreu em 2008, aos 98 anos de idade.
- 8. Lyudmila Pavlichenko (União Soviética) – Participou da guerra por volta dos 24 anos – Atiradora de elite soviética, creditada com 309 mortes confirmadas de soldados inimigos durante a Segunda Guerra Mundial. Durante a guerra, ela foi ferida em batalha por estilhaços de uma granada de morteiro, mas sobreviveu. Ela recebeu várias condecorações e após a guerra, completou sua educação na Universidade de Kiev e se tornou uma historiadora anexada ao quartel-general da Marinha Soviética. Lyudmila Pavlichenko faleceu em 1974, aos 58 anos, em Moscou, na Rússia. Sua morte não ocorreu durante a guerra, mas muitos anos após o serviço militar.
- 9. Nancy Wake (Austrália/Nova Zelândia/França) – Participou da guerra por volta dos 31 anos – Líder da Resistência Francesa durante a ocupação nazista, conhecida por suas habilidades de sabotagem e sua coragem diante da adversidade. Ela se tornou uma mensageira para a rede de fuga Pat O’Leary, ajudando aviadores aliados a evitar a captura pelos alemães e a escapar para a Espanha neutra. Após a guerra ela se mudou para a Austrália, passando alguns anos na política. Em 1985, Wake escreveu sua autobiografia The White Mouse. Nancy não morreu na guerra, ela sobreviveu, recebendo várias honrarias e medalhas importantes. Faleceu em 2011, aos 98 anos, na Inglaterra.
- 10. Wanda Gertz (Polônia) – Participou da guerra por volta dos 48 anos – Membro ativo da resistência polonesa contra a ocupação nazista, envolvida em operações de sabotagem e na luta pela libertação de sua pátria. Fazia parte da resistência polonesa, conhecida como Armia Krajowa (Exército Nacional). Gertz sobreviveu à guerra e após o conflito, ela trabalhou em várias áreas, incluindo a busca por mulheres polonesas deslocadas na Europa. Entre maio de 1946 e fevereiro de 1949, ela foi inspetora de mulheres soldados do Corpo de Reassentamento Polonês no norte da Inglaterra. Gertz faleceu de câncer em Londres, Inglaterra, em 1958. Suas cinzas foram levadas para a Polônia em 1960 e enterradas no Cemitério Militar Powązki em Varsóvia.
- 11. Rosa Dainelli (Itália) – Participou da guerra por volta dos 43 anos – Atuou na Etiópia, na organização paramilitar italiana Fronte di Resistenza que guerrilhava contra as forças aliadas a favor do Eixo. Seu feito mais notável foi a explosão que ela causou em um depósito de munições britânico em Addis Ababa, destruindo a munição da sub-metralhadora Sten e atrasando a implementação da sub-metralhadora Stopgap. Foi capturada pelos britânicos e terrivelmente torturada, resistindo às torturas e não entregando os seus. À beira da morte, os britânicos decidiram soltá-la, ela foi hospitalizada e repatriada. Mesmo após a derrota da Itália de Benito Mussolini, Dainelli sobreviveu à guerra e se mudou para a Suíça em 1945, onde trabalhou na Organização Internacional do Trabalho das Nações Unidas. Ela viveu até os 71 anos.
- 12. Hilda Krüger – Hilde Krüger (Alemanha) – Participou da guerra por volta dos 27 a 33 anos – Foi uma atriz alemã que se tornou uma espiã para o regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Ela nasceu em 1912 em Colônia, Alemanha. Krüger começou sua carreira como atriz e conseguiu vários papéis em produções alemãs, graças à sua proximidade com Joseph Goebbels, o ministro da propaganda nazista. No entanto, ela foi forçada a deixar a Alemanha devido ao ciúme de Magda Goebbels, esposa de Joseph. Depois de deixar a Alemanha, Krüger se mudou para Los Angeles, onde não conseguiu o sucesso que esperava como atriz, mas encontrou um novo papel como espiã nazista. Ela usou sua beleza e charme para se infiltrar na elite social dos Estados Unidos e coletar informações para o Reich. Mais tarde, Krüger mudou-se para o México, onde continuou suas atividades de espionagem. Ela seduziu várias figuras políticas importantes, incluindo o presidente do México, e conseguiu informações valiosas para os nazistas. Hilda Krüger não se tornou uma vitima da guerra, e viveu bem, falecendo em 1991.
- 13. Hanna Reitsch (Alemanha) – Participou da guerra por volta dos 27 anos – Piloto alemã conhecida por seu apoio ao regime nazista e por suas habilidades excepcionais de voo durante a Segunda Guerra Mundial. Reitsch não esteve envolvida diretamente na luta armada, mas trabalhou extensivamente como piloto de teste para a Luftwaffe, testando muitos dos novos aviões da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Ela também foi a primeira mulher alemã a ganhar uma licença de capitão, a primeira piloto de helicóptero feminina e a primeira piloto de teste feminina em seu país. Foi condecorada pelo regime nazista e foi uma das últimas pessoas a ver Adolf Hitler vivo no Führerbunker em abril de 1945. Após a guerra, Reitsch foi detida pelos Aliados, mas foi liberada. Ela continuou sua carreira como piloto na Alemanha Ocidental e estabeleceu mais de 40 recordes de resistência e altitude para voo motorizado e sem motor. Ela sobreviveu guerra, vivendo até 1979, falecendo aos 67 anos.
- 14. Margherita Cagol (Itália) – Guerrilheira pela brigada vermelha por volta dos 25 anos – Apelidada de “Mara”, foi uma líder da Brigada Vermelha, um grupo de extrema esquerda na Itália. Durante as décadas de 1960 e 1970, ela se envolveu em ações terroristas significativas, incluindo bombardeios e sequestros. Morreu em 1975 durante um confronto com a policia na fazenda Spiotta, onde mantinha o industrial Vallarino Gancia como refém. Durante a troca de tiros contra ela, um policial também foi morto.
- 15. Ilse Hirsch (Alemanha) – Participou da guerra por volta dos 23 anos – Serviu como capitã na Juventude Hitlerista na cidade de Monschau. Se aproximando do fim da guerra se tornou parte do Werwolf (Os Lobisomens), um grupo de guerrilha alemão que operava atrás das linhas inimigas. Mais conhecida por participar da missão para assassinar Franz Oppenhoff, nomeado prefeito de Aachen pelos americanos. Após a guerra, os membros sobreviventes do grupo Werwolf foram capturados e julgados, no entanto, Hirsch foi absolvida. Ela se casou e teve dois filhos, faleceu em 16 de outubro de 2000, aos 78 anos.
- 16. Martha Gellhorn (Estados Unidos) – Participou da guerra por volta dos 30 anos – Jornalista e correspondente de guerra norte-americana, cobriu os principais eventos do conflito, fornecendo relatos precisos e emotivos sobre a guerra e suas consequências. Ela começou a cobrir guerras durante a Guerra Civil Espanhola na década de 1930. Sua carreira como correspondente de guerra durou mais de 50 anos, cobrindo praticamente todos os principais conflitos mundiais durante sua carreira
- 17. Nancy Harkness Love (Estados Unidos) – Participou da guerra por volta dos 28 anos – Líder do Women Airforce Service Pilots (WASP), um grupo de mulheres pilotos que serviram diretamente no front, transportando aeronaves e realizando outras funções vitais durante a guerra. Ela aprendeu a voar cerca de doze anos antes de se tornar a líder do WASP, em sua cidade natal, Houghton, Michigan. Ela obteve sua licença de piloto privado aos dezesseis anos enquanto era estudante na Milton Academy, Milton, Massachusetts.
- 18. Nguyễn Thị Định (Vietnã) – Participou da guerra por volta dos 45 anos – Enfermeira e guerrilheira vietnamita, participou ativamente na resistência contra a ocupação americana no Vietnã, fornecendo cuidados médicos vitais e combatendo as forças invasoras. Ela foi a primeira general feminina do Exército Popular do Vietnã durante a Guerra do Vietnã e a primeira Vice-Presidente feminina do Vietnã. Seu papel na guerra foi como comandante adjunta da Frente de Libertação Nacional, e foi descrita como “a mulher revolucionária mais importante do Sul na guerra”. Além disso, ela comandou uma força totalmente feminina conhecida como o Exército de Cabelos Longos, que se envolveu em espionagem e combate contra as Forças ARVN e dos EUA.
- 19. Resistência Feminina contra o Talibã (Afeganistão) – Mulheres afegãs corajosas que, apesar das restrições impostas pelo regime do Talibã, se envolvem em atividades de resistência armada para proteger suas comunidades e lutar por seus direitos. Estas mulheres, arriscando suas próprias vidas, desafiam as normas sociais e culturais para se opor ao regime opressivo do Talibã. Elas participam de uma variedade de atividades de resistência, desde a educação “clandestina” de meninas, até a participação direta em operações de combate. Elas são motivadas pela convicção de que a liberdade e a igualdade de direitos são fundamentais para uma sociedade justa. Obviamente nenhum nome pode ser divulgado, pelo motivo que estas mulheres ainda lutam em conflitos armados contra o Talibã.
- 20. Leila Khaled (Palestina) – Participou da guerra por volta dos 25 anos – Militante palestina conhecida por sua participação em sequestros de aeronaves como parte da luta pela independência palestina, tornando-se um símbolo da resistência palestina. Ela nasceu em 9 de abril de 1944 e veio a público pela primeira vez por seu papel no sequestro do voo TWA 840 em 1969. Ela foi a primeira mulher a sequestrar um avião. Após este sequestro, e uma fotografia dela (tirada por Eddie Adams) segurando um rifle AK-47 e vestindo uma kaffiyeh foi reproduzida em muitas publicações. Ela passou por seis operações de cirurgia plástica no nariz e no queixo para esconder sua identidade e permitir que ela participasse de um futuro sequestro. Atualmente possui cerca de 80 anos e reside em Amã, na Jordânia, com seu marido e seus dois filhos.
- 21. Galit Eisenstein (Israel) – Idade não informada – Oficial da Força de Defesa de Israel (IDF) conhecida por seu papel durante a “Operação Margem Protetora” em Gaza em 2014, liderando uma unidade de infantaria e participando diretamente de combates contra grupos militantes palestinos. Ela é reconhecida por sua liderança e coragem, demonstrando habilidades excepcionais em situações de alta pressão e conflito.
- 22. Orna Barbivai (Israel) – Idade não informada – É uma general aposentada das Forças de Defesa de Israel (IDF). Ela foi a primeira mulher a ser promovida a Major-general (Aluf), o segundo posto mais alto das IDF. Barbivai nasceu em 5 de setembro de 1962 e foi recrutada para as IDF em 1981. Durante sua carreira, ela ocupou vários cargos importantes, incluindo Chefe do Oficial Adjunto de um Comando, Chefe do Oficial Adjunto, Chefe da seção de pessoal das Forças Terrestres e chefe do Setor de Indivíduos na Diretoria de Pessoal. Em 26 de maio de 2011, o Ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, aprovou sua nomeação como chefe da Diretoria de Pessoal das IDF. Em outubro de 2014, após 33 anos de serviço militar ativo, Barbivai se aposentou das IDF. Atualmente, ela reside em Tel Aviv com seu marido e seus três filhos.
Essas mulheres guerreiras reais desempenharam papéis significativos em conflitos e resistência, desafiando as normas de gênero de suas sociedades. Além destes existem muito outros exemplos antigos e modernos, que não caberia aqui… Elas inspiraram gerações subsequentes a buscarem a igualdade de gênero e a lutar por seus direitos e desejos, tanto no campo de batalha, quanto fora dele.
Assim como a literatura está repleta de contos sobre homens de guerra, neste espaço destaco o lado da força feminina, independentemente do lado e de quem isso possa incomodar. Sim, muitas vezes na vida real, foi a “princesa” que salvou o “príncipe” (sentido figurado, mas real).
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Me chamo Renato Silva criador do site Mestre Toy e o Pinterest Mestre toy – Arts que já conta com mais de 1 milhão de visualizadores mensais. Contemplo muito o universo Nerd/Geek e assuntos relacionados, até o próximo artigo e tudo de bom.
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