Continuando… Neste capitulo, você vai conhecer a história de Hermes e a sua mãe Maia, assim como as suas primeiras traquinagens, ainda quando criança… Acesse aqui o capítulo anterior, onde mostro a história de Latona, o nascimento de Apolo, Diana e a luta contra Píton.
Hermes o deus dos Pés Ligeiros
Texto autor: Renato Silva
Maia, era o nome da bela ninfa que vivia no monte Cilene filha de Atlas. Neste dia ela observava com muita ternura o seu filho Hermes (mercúrio na mitologia romana) que estava aparentemente dormindo. Mai dizia – Meu filho é digno de ser o filho de Zeus. Ao mesmo tempo ela rememorava o dia romântico da sua união com Zeus.
Para Hera não escutar a relação dos dois, muito menos os gemidos sexuais, Zeus fez descer dos céus uma grande chuva, uma tempestade. Agora estava diante Maia o resultado daquela inesquecível noite de amor que ela teve com Zeus.
Maia, pensando que o seu pequeno filhinho Hermes estava dormindo, se distanciou nas ponta dos pés, afastando-se do quarto. Porém Hermes arteiro desde tenra idade, estava fingindo dormir, tão logo a sua mãe saiu do quarto, Hermes abre os olhos e estuda o ambiente.
Ele afastou as cobertas, saiu bem devagarinho da sua cama, com cuidado para não acordar o deus Hypnos (Somno mitologia romana) que estava dormindo ao seu lado. Hermes tateia o chão, à procura das suas pequenas sandálias aladas, foi quando ele se aproximou da janela, para realizar a sua primeira grande façanha, que ficou nos registros das histórias dos deuses.
Hermes depois de crescido seria o deus mais atarefado
Era uma noite muito límpida e estrelada, perfeita para um magnífico voo noturno. Ele deu um impulso diante a janela, e o pequeno deus lançou-se à vastidão do espaço, sem nenhum receio, pois Hermes nasceu com uma grande dádiva, ele não sentia medo!
Vale lembrar que mais tarde Zeus iria incumbir ao seu filho Hermes, várias missões urgentes e inadiáveis, pois Hermes seria notável pela sua extrema velocidade o mais rápido do olimpo, além disto estas tarefas combinam com a sua natureza inquieta, prezando em muito a mobilidade. Nenhum deus era mais disposto, rápido e disciplinado do que Hermes, o mensageiro perfeito para os deuses do olimpo.
Foi incumbido a ele também a tarefa de conduzir as almas no pós-morte até as margens do horripilante Aqueronte, por muitas vezes vamos ouvir histórias do deus Hermes, levando heróis e mortais pelos caminhos obscuros e sombrios do Hades, foi ele quem conduziu Orfeu até os braços de sua amada Eurídice... Diante tantas responsabilidades, vemos que ele seria também o mais atarefado dos deuses.
O menino Hermes e as novilhas de Apolo
O pequeno deus Hermes, voou bastante até chegar em Piéria, exatamente o local onde Apolo o deus solar residia e guardava os seus rebanhos. Hermes chegou a noite, diante as novilhas que estão abrigados em seu redil, abre a porteira e mesmo daquele tamanhinho, pega para si incríveis cinqüenta novilhas! Hermes conseguia roubar, furtar com extrema maestria, não fazendo um ruído sequer. Por isto ele é também considerado o padroeiro dos ladrões e dos comerciantes, dois polos distintos porém ele é a comunicação, negociação (comerciante) e a furtividade, disfarce (ladrão).
Voltando ao pequeno Hermes pegando as novilhas para si… ele conduz elas até o Peloponeso. Porém aí está a forma astuta do pequeno deus… na cauda de cada animal ele prendeu uma vassoura de ramos, para apagar os rastros, além disto ele inverteu a posição dos cascos das novilhas, calçando também as suas sandalinhas aladas de maneira invertida, para assim despistar completamente os seus rastros.
Hermes é visto pelo velho enxerido
Em meio ao seu caminho, Hermes, cruzou com um velho enxerido, que perguntou para o deus sem saber que era uma divindade: – Aonde vai com tantas novilhas, admirável menino? Hermes pensou consigo mesmo que não há como enganar o velho enxerido, pois ele possui muita lábia, percebe mentiras ao ar com muita facilidade. O deus muito astuto pensou logo em dar uma novilha para o velho, pois assim ele calaria a boca! Hermes disse: – Pegue uma das melhores para você, e fique quieto, não me denuncie em velho, certo? vale salientar, que este foi o primeiro passo do deus para a arte do suborno. Do qual, o velho abelhudo responde deixando escapar algo que ele não queria falar: – não, confie em mim, gracioso menino! oh, eu quis dizer confie em mim! Hermes dá alguns passos e sai por detrás de uma montanha.
O rosto de fofoqueiro e trapaceiro do velho abelhudo, não sai da mente do Hermes, ele fica agoniado com a resposta do velho – não, confie em mim, gracioso menino! Hermes pensou, ele vai me denunciar! ele se comportou estranho e deixou escapar um “não confia em mim”. Antes de tomar qualquer atitude drástica, Hermes decide dar uma chance para o velho testando a sua palavra.
Hermes se disfarçou com grande maestria em um rico proprietário de terras e chegou irado diante o velho perguntando: – Velho enxerido, você por acaso não viu passar por aqui um ladrão de novilhas? ele roubou cinquenta das minhas, se você me disser, eu lhe dou uma novilha mais quatro bois, apenas me diga para onde ele foi, caso você o tenha visto.
Rapidamente o velho pensou: – Agora vou ter duas novilhas e mais quatro bois hehehe vou denunciar o menino e sair ganhando nesta história, com isto em mente o velho interesseiro respondeu gritando apressadamente: – Eu vi ele! ele foi para lá meu senhor, foi naquela direção, Hermes responde: – Ótimo! vou lá buscar a sua recompensa, espere aí.
Hermes passou detrás da montanha, esmurrou-a até desprender dela uma rocha gigante, derrubando a rocha exatamente na cabeça do velho fofoqueiro. Após isso ele disse – Aí está a sua recompensa! e até nos dias de hoje lá está uma grande rocha com o formato de um velho enxerido, aos pés do Peloponeso. Depois disso Hermes assumiu a sua forma original e conduziu as novilhas roubadas até uma caverna. Ali ele fez uma oferenda para os deuses e descansou.
Hermes faz um instrumento musical
Enquanto descansa na caverna, ele pega um casco vazio de uma tartaruga já morta faz tempo, estica alguns fios feitos de nervos de boi de forma estratégica e artística sob o casco, e começa a dedilhar… assim ele inventou um belo instrumento musical, que emite um som maravilhoso, uma lira. Já amanhecendo, Hermes volta voando rapidamente para a sua casa, chegando ao quarto ele se enfiou rapidamente debaixo do cobertor, disfarçando um sono tranquilo e harmonioso.
Apolo descobre Hermes
O deus Apolo (Febo) que teve os seus animais roubadas, logo pela manhã, sente falta das suas cinquenta novilhas. Não havia como o deus Apolo saber quem roubou, há não ser por um método inusitado, ele mesmo deveria consultar o seu próprio Oráculo de Delfos hehehe que, vergonha! assim ele ficou sabendo que foi Hermes (Mércurio) quem roubou.
Apolo viajou irado chegando onde estava Hermes, ele se apresentou diante a sua mãe Maia, reclamando as traquinagens do seu filho, por te-lo furtado. Rapidamente ambos vão até o berço de Hermes, mas pasmem, lá está ele, tranquilamente adormecido, possuindo apenas um leve rubor em suas bochechas que poderia denunciar uma atividade recente. Maia percebendo o filho mais corado e suado, tenta inventar alguma coisa, para despistar o irritado Apolo: – É que hoje ele está meio febril disse Maia.
Mas enganar o deus Apolo? Maia deveria saber que é impossível! ele coloca a mão sobre a testa do bebê e diz: – Não, ele não tem febre alguma! Maia retruca tentando arrumar outra desculpinha para livrar as traquinagens do seu filhinho – É que ele chupou demais o seu dedinho. E assim ficariam para sempre, pois mãe se tratando de filho, sempre procura um argumento satisfatório para as coisas que fazem, ainda mais nesta idade de Hermes, um bebê.
A inteligência de Hermes
Mas Apolo se zanga e avança na criança na intenção de coloca-lo no colo para lhe dar umas palmadas, foi quando o pequeno muito inteligente, sabendo que o deus Apolo ama musica, tira o seu plano B da manga, ele colocou para fora o instrumento musical que inventara através do casco de tartaruga, sabe, a lira? e começou a tocar o som melodioso que agradou em muito Apolo.
Ao ouvir o maravilhoso som inventado por uma criança, Apolo ficou congelado como uma estátua, perguntando: – Que instrumento maravilhoso é este? Hermes tocava a lira, enquanto mastigava serenamente a sua chupeta. Rapidamente Apolo, se esquece das novilhas, só quer saber agora de obter aquele maravilhoso instrumento musical, dizendo: – Vamos, dê-me esta lira e está tudo esquecido! rapidamente Hermes aceitou a proposta, estendeu o instrumento dando-o a Apolo e não mais levaria as palmadas, e a infração com as novilhas estaria esquecida. Afinal, para Hermes está tudo bem, pois além de se divertir, ele poderia fazer quantas liras quisesse, após meditar nisto, ele expeliu a chupeta da sua boca emitindo uma grande risada.
Nota do autor: Segundo os antigos gregos, assim foi inventado a Lira.
Continua na história 9 “Assim nasce Vulcano deus das forjas”
Eu me chamo Renato Silva criador deste site Mestre Toy, proprietário do Pinterest Mestre toy – Arts que já conta com mais de 2 milhões de visualizadores mensais. Contemplo muito o universo Nerd/Geek e assuntos relacionados, até o próximo artigo e tudo de bom.
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